"Com a saúde não se brinca": Opostos à proposta de reorganização dos serviços, funcionários do hospital se mobilizaram nesta quinta-feira, 31 de julho, em frente ao hospital L'Archet 1, em Nice.

"Não estamos longe de uma tragédia", disse-nos o departamento de medicina preventiva do hospital, relatou Benoit Duhamel, auxiliar de enfermagem e secretário-geral do sindicato CGT Santé. Nesta quinta-feira, 31 de julho, às 18h, cerca de trinta funcionários do hospital se reuniram em frente ao prédio principal do hospital L'Archet 1, em Nice, para denunciar a reorganização dos serviços de biolimpeza, logística e macas.
Cerca de dez pessoas passaram a noite lá, em camas improvisadas, com cartazes nas mãos denunciando o que descrevem como "a deterioração contínua de suas condições de trabalho".
Instalado em uma tenda no chão, Florent, que trabalha no hospital há três anos, está preocupado com o horário "que pode se estender das 5h às 21h" e com a possibilidade de seus bônus desaparecerem. "Eles não nos dizem nada", suspira.
"Economizar dinheiro às custas dos funcionários"Iniciada pela CGT, esta ação visa uma reestruturação descrita como " imposta, sem consulta ou consideração das realidades locais" . Teria consequências diretas para os funcionários do hospital: sobrecarga de trabalho, eliminação de cargos precários, aumento da pressão sobre as equipes, horas extras repetidas, não reposição de faltosos, esgotamento profissional.
" Tornou-se lugar-comum no establishment", lamenta o representante da CGT. "Projetos são sistematicamente impostos, sem diálogo real, sem respeito pelos agentes ou seus representantes", condena a organização sindical em um comunicado à imprensa. Para isso, a direção persegue um objetivo claro: "Economizar às custas dos funcionários".
"No fim da nossa corda"Entre os manifestantes, vários assistentes de saúde alertam para uma situação de falta de pessoal que se tornou insustentável. Céline (1), agente de serviços hospitalares há 23 anos, está "no limite" e "esquecida" desde a crise sanitária. " Com a saúde não se brinca", suspira.
Representantes do movimento lamentam o congelamento do recrutamento. "Há anos, nos falam da suposta escassez de pessoal de enfermagem, da falta de atratividade dos hospitais... Mas também nos negam o recrutamento de auxiliares de enfermagem", insiste Benoit Duhamel. A CGT também acusa a CFDT e a Force Ouvrière de terem validado o projeto durante a última reunião do comitê social. "Fomos traídos", diz ele.
Contatada, a direção do centro hospitalar de Nice não quis comentar.
1. O primeiro nome foi alterado para proteger o anonimato.
Nice Matin